(*)Rodovia Régis Bittencourt, é o nome que recebe o trecho da BR-116 entre São Paulo e a divisa entre o Paraná e Santa Catarina, no limite entre Rio Negro e Mafra.
Essa definição fui buscar na wikipédia, o restante das informações é fruto da minha experiência e análise desta estrada, nos últimos 2 (dois) anos.
Fiz umas contas e em 2 anos viajei mais ou menos 100 vezes ( 100 idas e 100 voltas), Curitiba – São Paulo – Curitiba, já vi muita coisa nesta estrada. No ínicio era muito ruim, muito buraco, sem nenhuma manutenção sem socorro, logo após o resultado da empresa que ganhou a licitação do pedágio, começaram a dar um “tapa” na estrada e aos poucos vimos algumas coisas melhorar...
Depois veio o pedágio, que apesar de não concordar em pagar, por já pagarmos tanto imposto e taxa para manutenção de tudo, realmente a estrada melhorou, tem um pronto atendimento no caso de socorros, mas a questão estrutural ainda fica a desejar, como a duplicação da Serra próximo de São Paulo, que é o ponto mais crítico de engarrafamento nesta viagem.
A estrada é realmente perigosa, mas hoje não é tanto pela conservação ou buracos, claro que ainda existe muita coisa a ser feita, mas não é o principal fator de risco, na minha avaliação, as condições da “logística brasileira” e o fato do Brasil ser movido pelos caminhões, que são os donos e destruidores das estradas, é o maior fator de risco para quem se aventura neste trecho de rodovia.
A quantidade de caminhões é tão grande que na viagem que fiz ontem, resolvi por um instante conta-los até chegar o número de 100 ( cem) quantos caminhões eu ultrapassava, e neste mesmo período quantos carros eu iria ultrapassar. Em menos de 10 ( dez) minutos ultrapassei os 100 ( caminhões e acreditem somente 6 (seis) carros, sendo 1 ( um) uma caminhonete com carga.
Claro que a cada 100 ( cem ) caminhões 95 (noventa e cinco) motoristas são atentos, ligam o pisca antes de ultrapassar, esperam você concluir a ultrapassagem, mantem distância,são bons motoristas, mas os 5% restantes, são uma tragédia, fecham a toda hora, andam acima, bem acima da velocidade permitida, trafegam com carga a mais do que permitido, e são os grandes causadores dos “acidentes” e tragédias que venho acompanhando e vendo a algum tempo.
Uma outra coisa interessane desta estrada, é o fato de ter um mercado totalmente paralelo de espólio de cargas no caminhões que tombam ou se acidentam. Por exemplo: eu já decorei as curvas que geralmente tem caminhão tombado, são sempre as mesmas, não seria dificil fazer um plano de ação para mitigar estes problemas, mas tudo bem, o engraçado é que a população que mora na região também decorou. Quando tomba ou acidenta um caminhão com qualquer carga, parece que todo mundo em casa esta ligado em uma rádio, a rádio acidente,,, e sai correndo sabe lá Deus da onde com sacolas e carrinhos de mão, criança, adulto, jovem, velho, e em um instante tudo e transferido,,,,Desde caminhão da Sadia / Aurora, que devem ser os mais visados para esta população, pois já presenciei uma multidão na rua levando lingüiça pra casa.... até um camihão de azulejo, que tinha uma senhora que não conseguia empurrar o carrinho de tão pesado que estava.
Deve ter uma economia paralela para estas famílias não é possivel, pois como sabem que as cargas tem seguro, o caminhoneiro não tem o que fazer, a coisa só se acalma somente depois da chegada da policia rodoviária,,,, ou não....
Tem uma outra figura engraçada que anda nestes trechos também, que é conhecido como o “tiozinho” com toda a “familiagem”dele dentro do golzinho lotado sem visão nenhuma no vidro traseiro, geralmente vermelho ou verde musgo, que na véspera do feriado coloca toda a família mais o cachorro, gato, papagaio e vai visitar os “compadre” l’’láááá no Paraná. E fácil de identificar porque além destas características ele também usa o banco colado no volante, geralmente esta de óculos e andando na média a 70 km/h, o trânsito atrás dele é terrível... os caminhões estão em fila tentando ultrapassar, e vc pensa,,,, pô porque esse monte de caminhão está ocupando todas as pistas,,,, eu também pago IPVA / Pedágio etc.... quando chega a sua vez de ultrapassar você vê aquela figura,,, e não adianta buzinar, reclamar, xingar, porquê ele tá concentrado na estrada, super concentrado....
Hoje acredito que a Régis deixou de ser um bicho de sete cabeças, você até se diverte com algumas coisas, mas para viajar em uma estrada com tanto movimento de caminhão você precisa ter uma certa experiência em estrada, estar preparado para dirigir a noite e na chuva, com o carro em ordem, porque se tiver o azar de pegar um acidente poderá passar a noite na rodovia...
Espero que um dia o sistema logistico do Brasil realmente mude, tirando esta quantidade enorme de caminhões das rodovias, e quem sabe a estrada possa ser um local mais tranquilo, e bem cuidado para os apaixonados por viagens de carro e moto, que realmente gostam e apreciam estar na estrada...
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