segunda-feira, 12 de abril de 2010

Rodovia Régis Bittencourt - BR 116 - experiência e análise

(*)Rodovia Régis Bittencourt, é o nome que recebe o trecho da BR-116 entre São Paulo e a divisa entre o Paraná e Santa Catarina, no limite entre Rio Negro e Mafra.
Essa definição fui buscar na wikipédia, o restante das informações é fruto da minha experiência e análise desta estrada, nos últimos 2 (dois) anos.
Fiz umas contas e em 2 anos viajei mais ou menos 100 vezes ( 100 idas e 100 voltas), Curitiba – São Paulo – Curitiba, já vi muita coisa nesta estrada. No ínicio era muito ruim, muito buraco, sem nenhuma manutenção sem socorro, logo após o resultado da empresa que ganhou a licitação do pedágio, começaram a dar um “tapa” na estrada e aos poucos vimos algumas coisas melhorar...
Depois veio o pedágio, que apesar de não concordar em pagar, por já pagarmos tanto imposto e taxa para manutenção de tudo, realmente a estrada melhorou, tem um pronto atendimento no caso de socorros, mas a questão estrutural ainda fica a desejar, como a duplicação da Serra próximo de São Paulo, que é o ponto mais crítico de engarrafamento nesta viagem.
A estrada é realmente perigosa, mas hoje não é tanto pela conservação ou buracos, claro que ainda existe muita coisa a ser feita, mas não é o principal fator de risco, na minha avaliação, as condições da “logística brasileira” e o fato do Brasil ser movido pelos caminhões, que são os donos e destruidores das estradas, é o maior fator de risco para quem se aventura neste trecho de rodovia.
A quantidade de caminhões é tão grande que na viagem que fiz ontem, resolvi por um instante conta-los até chegar o número de 100 ( cem) quantos caminhões eu ultrapassava, e neste mesmo período quantos carros eu iria ultrapassar. Em menos de 10 ( dez) minutos ultrapassei os 100 ( caminhões e acreditem somente 6 (seis) carros, sendo 1 ( um) uma caminhonete com carga.
Claro que a cada 100 ( cem ) caminhões 95 (noventa e cinco) motoristas são atentos, ligam o pisca antes de ultrapassar, esperam você concluir a ultrapassagem, mantem distância,são bons motoristas, mas os 5% restantes, são uma tragédia, fecham a toda hora, andam acima, bem acima da velocidade permitida, trafegam com carga a mais do que permitido, e são os grandes causadores dos “acidentes” e tragédias que venho acompanhando e vendo a algum tempo.
Uma outra coisa interessane desta estrada, é o fato de ter um mercado totalmente paralelo de espólio de cargas no caminhões que tombam ou se acidentam. Por exemplo: eu já decorei as curvas que geralmente tem caminhão tombado, são sempre as mesmas, não seria dificil fazer um plano de ação para mitigar estes problemas, mas tudo bem, o engraçado é que a população que mora na região também decorou. Quando tomba ou acidenta um caminhão com qualquer carga, parece que todo mundo em casa esta ligado em uma rádio, a rádio acidente,,, e sai correndo sabe lá Deus da onde com sacolas e carrinhos de mão, criança, adulto, jovem, velho, e em um instante tudo e transferido,,,,Desde caminhão da Sadia / Aurora, que devem ser os mais visados para esta população, pois já presenciei uma multidão na rua levando lingüiça pra casa.... até um camihão de azulejo, que tinha uma senhora que não conseguia empurrar o carrinho de tão pesado que estava.
Deve ter uma economia paralela para estas famílias não é possivel, pois como sabem que as cargas tem seguro, o caminhoneiro não tem o que fazer, a coisa só se acalma somente depois da chegada da policia rodoviária,,,, ou não....
Tem uma outra figura engraçada que anda nestes trechos também, que é conhecido como o “tiozinho” com toda a “familiagem”dele dentro do golzinho lotado sem visão nenhuma no vidro traseiro, geralmente vermelho ou verde musgo, que na véspera do feriado coloca toda a família mais o cachorro, gato, papagaio e vai visitar os “compadre” l’’láááá no Paraná. E fácil de identificar porque além destas características ele também usa o banco colado no volante, geralmente esta de óculos e andando na média a 70 km/h, o trânsito atrás dele é terrível... os caminhões estão em fila tentando ultrapassar, e vc pensa,,,, pô porque esse monte de caminhão está ocupando todas as pistas,,,, eu também pago IPVA / Pedágio etc.... quando chega a sua vez de ultrapassar você vê aquela figura,,, e não adianta buzinar, reclamar, xingar, porquê ele tá concentrado na estrada, super concentrado....
Hoje acredito que a Régis deixou de ser um bicho de sete cabeças, você até se diverte com algumas coisas, mas para viajar em uma estrada com tanto movimento de caminhão você precisa ter uma certa experiência em estrada, estar preparado para dirigir a noite e na chuva, com o carro em ordem, porque se tiver o azar de pegar um acidente poderá passar a noite na rodovia...
Espero que um dia o sistema logistico do Brasil realmente mude, tirando esta quantidade enorme de caminhões das rodovias, e quem sabe a estrada possa ser um local mais tranquilo, e bem cuidado para os apaixonados por viagens de carro e moto, que realmente gostam e apreciam estar na estrada...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Como funciona...

De que forma podemos aceitar as coisas que acontecem ao nosso redor?
As vezes nos atingindo as vezes não...
Mas se prestarmos atenção, quantas coisas indiferentes a nossa vontade alteram nossa rotina, prioridade, caminho, vida, destino....
Parece que somos fruto do acaso, do inesperado, das novidades que nos contam.
Porque as vezes temos a impressão de que não sabemos o que esta acontecendo?
Será que em alguns momentos vivemos num mundo paralelo? Onde nosso umbigo reina isolado e quando voltamos a "realidade" o cenário mudou, o técnico do time da vida mudou uma peça e esta nos dando uma goleado sem notarmos.
Por que por alguns momentos temos a impressão de que somos mais espertos que os demais, é fruto da nossa motivação, capacidade, vontade, ou é pura ilusão que nossa mente cria para nos favorecer, principalmente diante de um problema que acreditamos não ter solução... de repente aparece aquela idéia genial, que nos faz sentir bobo por não ter pensado nisso antes.
A verdade pelo menos neste momento, é que sempre acreditamos por mais confiante que seja, que as vezes não é bom o suficiente, não sei se é uma cobrança pessoal muito grande, ou admiração por qualidades que verificamos em outros e não se mostram em nós. Li em algum lugar que só conseguimos ver defeitos e qualidades nos outros que identificamos em nós mesmos, o mais incrível disso é que a coisa mais fácil do mundo é achar defeito nos outros....
Mesmo assim fica a pergunta, temos o domínio da nossa vida, do nosso cotidiano???? ou somos resultado da interação de tudo isso...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Será que aprendemos???

“O Passado e o Presente no discurso da Sustentabilidade “

Muito ouço falar sobre sustentabilidade, meio ambiente, preservação, combate a fome a miséria aos males do mundo e da vida cotidiana... Mas será que realmente nos sensibilizamos e estamos conseguindo mudar este panorama???

Se imaginarmos que somos 6,6 bilhões de seres humanos, destruindo e consumindo tudo o que o mundo possa nos oferecer, descobrindo e buscando todo o tesouro ainda escondido nas entranhas da Terra para podermos melhorar a nossa “qualidade de vida”, se imaginarmos este triste cenário, concluímos que estamos “Matando” o nosso Planeta, e se analisarmos a história descobriremos que não é de hoje.

Desde que o homem organizou-se em comunidades, pequenas aldeias ou agrupamentos, enquanto outros ainda levavam a vida nômade, iniciamos a saga da destruição em prol do desenvolvimento humano. Descobrimos novos materiais, construímos casas, ruas, vias, para facilitar e desenvolver, estas foram palavras chave, propulsoras da ganância e motivadoras da ambição. No inicio as pequenas cidades, vilas, até mesmo as grandes cidades da era antiga sofriam com problemas que ainda hoje não solucionamos, e que na mesma escala nos preocupam, mas com um diferencial aterrorizador, estamos cada vez mais exigindo todos os frutos de uma árvore de meia de idade.

Os problemas são inúmeros e fáceis de notar, até mesmo um leigo pode arriscar-se a identificá-los: a degradação do meio ambiente de forma totalmente inapropriada, causando descontroles ambientais e catástrofes como as que infelizmente presenciamos no final do ano em alguns morros do nosso Brasil, ou catástrofes que de tempos em tempos assombram os moradores de regiões próximas a vulcões ou áreas inadequadas para o povoamento, instabilidades climáticas causando tempestades, chuvas demasiadas, secas, ressecamento de rios, poluição, aumento do efeito estufa, buracos na camada de ozônio, altos índices de radiação do sol, aumentando a possibilidade do câncer de pele etc.

Outros problemas, originam-se na aglomeração de pessoas, por mais que a sociedade local tente estruturar-se, inúmeros problemas referentes ao meio ambiente, exploração de recursos naturais, saneamento básico, concentração de renda, força de trabalho inadequada, falta de oportunidade, nos envolvem em um emaranhado de interrogações, que confundem a capacidade de entendimento da nossa própria inteligência, da interpretação correta do “fruto” que criamos.

A superpopulação e a falta de planejamento de safras, ou produção insuficiente de comida, durante toda a história da evolução humana levou ao extermínio populações inteiras, a França, no século XVI e XVII era constantemente castigada pela fome da sua população.

Muitos outros povos também sofriam de fome, doenças e guerras, problemas que insistem em persistir, não respeitando fronteiras nem etnias, muito menos classes sociais, refletem na sociedade como “fruto podre” da inteligência abundante da nossa mente brilhante.

Finalizando esta jornada histórica de desorganização gerencial da sociedade na extração/ exploração dos recursos naturais, envolvendo a criação das nossas próprias leis de convívio social. Identificamos que grandes sociedades intelectuais organizadas e de sucesso tiveram também seu declínio, como numa curva ABC, só que desta vez causada pelas carências e defeitos de caráter do maravilhoso ser humano moderno.

Tudo o que fazemos tem seu preço. Nosso planeta é um cobrador paciente e implacável, sabendo disto porque não tratá-lo com o respeito que merece o nosso principal cliente e patrão, pois é do bem estar dele que saíram todos os recursos necessários e desnecessários para a nossa complexa vida. Cheia de inovações, idéias, aventuras, e tragédias, para podermos alongar cada vez mais a jornada humana neste pequeno planeta azul, que nos acolheu e propiciou todo este “desenvolvimento”.

Não sou um pessimista, mas tenho dúvidas se o muito que poucos fazem é o suficiente para combater o pouco que muitos não fazem.

Alexandre Pietro Deliberador